https://www.google.com/maps/@-3.8247634,-55.504713,3211m/data=!3m1!1e3?hl=en
https://www.damninteresting.com/the-ruins-of-fordlandia/
NO SON 200 km cuadrados SINO 10000-25000 km cuadrados!
https://es.wikipedia.org/wiki/Fordlandia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fordl%C3%A2ndia
Ford tinha a intenção de usar Fordlândia para abastecer sua empresa de látex necessário a confecção de pneus para seus automóveis, então dependentes da borracha produzida na Malásia, na época colônia britânica. Os termos da concessão isentavam a Companhia Ford do pagamento de qualquer taxa de exportação de borracha, látex, pele, couro, petróleo, sementes, madeira e outros bens produzidos na gleba. As negociações foram conduzidas por Jorge Dumont Villares, representante do governador Dionísio Bentes, em visita Henry Ford nos EUA. No Brasil a Ford foi representada por O. Z. Ide e W. L. Reeves Blakeley.[6]
A terra era infértil e pedregosa e nenhum dos gerentes de Ford tinha experiência em agricultura equatorial, acarretando no plantio incorreto das seringueiras - árvores de onde se extrai o látex - plantadas muito próximas uma das outras, o oposto das naturalmente muito espaçadas na selva, foram presa fácil para pragas agrícolas, principalmente micro-organismos do gênero Microcyclus que dizimaram as plantações.
Os trabalhadores das plantações recebiam uma alimentação típica norte-americana, como hambúrgueres, instalados em habitações também ao estilo norte-americano, obrigados a usar crachás e comandados num estilo a que não estavam habituados, o que causava conflitos e baixa produtividade. Em 1930, os trabalhadores locais se revoltaram contra gerentes truculentos, que tiveram que se esconder na selva até o exército brasileiro intervir e restabelecer a ordem.
O governo brasileiro suspeitava dos investimentos estrangeiros, especialmente na Amazônia, e oferecia pouca ajuda. Ford ainda tentou realocar as plantações em Belterra, mais para o norte, onde as condições para a seringueira eram melhores mas, a partir de 1945, novas tecnologias permitiam fabricar pneus a partir de derivados de petróleo, o que tornou o empreendimento um total desastre, causando prejuízos de mais de vinte milhões de dólares.
Fim do projetoCom o falecimento de Henry Ford, seu neto Henry Ford II assumiu o comando da empresa nos Estados Unidos e decidiu encerrar o projeto de plantação de seringueiras no Brasil. Através do Decreto 8.440 de 24 de dezembro de 1945, o Governo Federal brasileiro definiu as condições de compra do acervo da Companhia Ford Industrial do Brasil: a Ford foi indenizada em aproximadamente US$ 250.000, e o governo brasileiro assumiu as obrigações trabalhistas dos trabalhadores remanescentes, além de receber seis escolas (quatro em Belterra e duas em Fordlândia); dois hospitais; estações de captação, tratamento e distribuição de água nas duas cidades; usinas de força; mais de 70 quilômetros de estradas; dois portos fluviais; estação de rádio e telefonia; duas mil casas para trabalhadores; trinta galpões; centros de análise de doenças e autópsias; duas unidades de beneficiamento de látex; vilas de casas para a administração; departamento de pesquisa e análise de solo; plantação de 1 900.000 seringueiras em Fordlândia e 3 200.000 em Belterra.[7]
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Após o fracasso das plantações de seringa em Fordlândia, causada pelo tipo de terreno que não favoreceu o desenvolvimento dos seringais (que necessitam um terreno plano, com solo rico em minerais e material orgânico) e também a infestação por um tipo específico de praga até então desconhecida que acabou com a produção das plantações, Henry Ford teve que começar a buscar outro lugar para que seu projeto fosse continuado.
Várias expedições foram realizadas até encontrar-se um lugar que ficou conhecido como Bela Terra. Tal área é conhecida entre os cientistas pelo seu famoso solo fértil de 'Terra Preta', que deve ter sido um dos critérios para a escolha do local. Embora este tipo de solo ocorra em toda Amazônia, Belterra é particularmente rica em terra preta, as características de relevo também são adequadas para a plantação de seringas e fácil acesso através do rio para o escoamento da produção viabilizou o projeto. Bela Terra foi cedida pelo governo brasileiro à companhia Ford. Foram derrubados cerca de 2.500 acres da vegetação original do local para dar início ao processo de implantação do projeto de Ford.
Os primeiros operários foram contratados em 1934, e em 4 de maio do mesmo ano ocorreu a limpeza dos seringais, a construção de casas e o hospital. A arquitetura das construções foi inspirada no modelo americano, algumas delas permanecem até hoje intactas pois foram tombadas e agora são patrimônio histórico. Há relatos que a educação em Belterra era de excelente qualidade assim como no país onde Ford nasceu. Apesar de administrar a cidade, Henry Ford nunca veio realmente a Belterra, mesmo possuindo uma casa especialmente construída para ele. Ford tinha medo das doenças tropicais.
A produção e exportação de látex proveniente de Belterra era uma fonte de lucro, porém, com o surgimento da borracha sintética e o baixo custo da borracha no continente asiático, o cenário mudou. Os investimentos em Belterra perderam o sentido e a companhia Ford desistiu do seu projeto que estava planejado para durar um século. Belterra foi reapossada pelo governo brasileiro em 1945, fazendo parte do município de Santarém. Somente no dia 29 de dezembro de 1995, Belterra tornou-se um município, contando com uma prefeitura própria.